Alerta: Rússia Invade Ucrânia e Pode Causa Impactos no Brasil

Originalmente publicado em:. Alerta: Rússia Invade Ucrânia e Pode Causa Impactos no Brasil (xpoents.com.br)

O que o mundo todo alertava começou a acontecer nesta madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022: A Invasão da Ucrânia pela Rússia.

As primeiras notícias começaram a surgir aqui no Brasil pouco depois da meia noite, quando o presidente Putin discursou e pediu aos soldados ucranianos que deponham as armas e disse “A verdade está do nosso lado. Os objetivos serão atingidos”.

Em seguida, o mundo pode acompanhar imagens de explosões e movimentações de tanques em diferentes cidades ucranianas, inclusive relatos de ataques à Kiev, capital da Ucrânia.

Putin ainda disse que “Quem tentar interferir ou, ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”.

Já o Ministro de Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, disse que “Putin acaba de lançar uma invasão em grande escala da Ucrânia. Cidades pacíficas da Ucrânia estão sob ataque. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e deve parar Putin. A hora de agir é agora.”

E às 08:45, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg afirmou que “Haverá uma nova Europa após essa invasão” e que os “Russos fecharam as portas para solução política”.

Fato é que os mercados mundiais já não são mais os mesmos.

O Índice VIX, que mede o temor dos mercados, subiu 17,86%. E as bolsas de valores apresentaram aumentos bem significativos.

Por exemplo, a Bolsa de Valores Alemã caiu mais de 4,5%. Da mesma forma, as Bolsas de Valores Europeias também apresentaram quedas.

O Futuro da Bolsa americana já apresenta queda de 2,28% e o mercado segue na expectativa pela abertura da Bolsa de Valores norte-americana.

O índice futuro da Bolsa Brasileira também apresenta queda de 2,05%.

Já no campo das commodities vemos o aumento do ouro em 2,83%, do Gás Natural em 5,14% e do Petróleo Brent que está subindo 7,49%.

Esse aumento nos preços dos combustíveis, como já falamos em outras notícias e artigos sobre esse assunto, os quais você pode conferir abaixo, podem de fato levar a um aumento da pressão sobre a inflação pelo mundo, em virtude do aumento dos preços dos fretes e consequentemente do preço dos produtos.



Além disso, as primeiras medidas tomadas foram o fechamento do espaço aéreo Ucraniano e o pedido da Ucrânia de que a Turquia promova o fechamento de passagens do Mar Negro para impedir o ataque russo também por mar.

Tais ações, se forem espalhadas pela Europa, podem causar gargalos na logística internacional.

Sanções econômicas contra a Rússia talvez não sejam suficientes para impedir a vontade de Vladimir Putin, sabendo que a China segue aliada próxima dos Russos e que a Rússia se preparou para isso, fechando seu mercado para sofrer pouco com as sanções internacionais.

Agora vamos entender como essas sanções podem causar impactos na Rússia e no mundo.

Sanções Econômicas após o Reconhecimento de Independência de Regiões da Ucrânia



Países do Ocidente reforçaram comunicados de sanções econômicas contra a Rússia depois que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou formalmente na segunda-feira (21) que reconhece como independentes as regiões separatistas localizadas no leste da Ucrânia. Segundo economistas, as medidas podem afetar a economia russa diretamente, mas também terão impactos sobre a atividade econômica global.

As sanções econômicas representam instrumentos diplomáticos usados por governos contra outros países de modo unilateral, ou multilateralmente. O objetivo é enfraquecer a posição do Estado tido como alvo e, assim, encaminhar uma negociação em meio a um conflito.

Entre as sanções econômicas mais comuns estão a interrupção de comércio internacional, com suspensão de importações e exportações, corte de linhas de crédito e de empréstimos internacionais, veto à atuação de empresas de nacionalidade do país alvo das sanções e bloqueio de contas bancárias internacionais.

No caso do conflito que acontece no leste europeu, os países do Ocidente pretendem usar as sanções econômicas para fragilizar a economia russa e, assim, pressionar Vladimir Putin a seguir na via da diplomacia, ao invés de partir para uma ação militar e de invasão de parte da Ucrânia.

Quais sanções foram anunciadas contra Rússia?



Os governos de Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha já apresentaram algumas medidas contra a Rússia.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, impôs ontem uma série de sanções econômicas por meio de uma Ordem Executiva. O documento inclui a proibição a qualquer cidadão ou empresa americanos de fazer aprovar, financiar ou facilitar transações para uma pessoa estrangeira em Donetsk e Lugansk —regiões separatistas da Ucrânia reconhecidas como independentes por Putin.

Há também o cancelamento de novos investimentos nas duas regiões separatistas e a suspensão de importação, exportação, reexportação, venda ou fornecimento, de forma direta ou indireta, de quaisquer bens, serviços ou tecnologia de Donetsk e Lugansk para os Estados Unidos.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta terça (22) sanções contra cinco bancos e três oligarcas da Rússia. Os bancos afetados são: Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e Black Sea Bank; e os executivos são os bilionários Boris e Igor Rotenberg, coproprietários de um grupo de obras de infraestrutura, e Gennady Timchenko, dono de um grupo de investimento privado – todos aliados próximos de Putin.

Já a Alemanha anunciou a suspensão do acordo para a implementação do gasoduto russo Nord Stream 2, também nesta terça. Essa estrutura passa pelo território alemão até Berlim e tem capacidade para dobrar o fornecimento de gás da Rússia para a Europa.

Impactos na economia russa



Os impactos dessas medidas sobre a economia russa poderão afetar a atividade de consumidores, empresas e bancos, apontam economistas, pois reduzem o comércio internacional, o acesso ao crédito de companhias e das famílias e ainda interrompem novos investimentos.

Em 2021, o PIB (Produto Interno Bruto) da Rússia cresceu 4,7%, após retração de 2,7% em 2020, em desempenho puxado principalmente pelo crescimento de 9,6% no consumo das famílias e de 8,7% nos investimentos. Esses dois motores podem sofrer com as sanções econômicas se elas forem levadas adiante e por muito tempo, aponta o estrategista de comércio exterior do Banco Ourinvest, Welber Barral, em um relatório.

Além disso, sem linhas de crédito e sem mercados, as importações e exportações russas — que respondem por cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do país —, tendem a sofrer mais.

Impactos na economia global e brasileira



As sanções contra a Rússia terão repercussões que ultrapassam as fronteiras do leste europeu, já que o país tem grande peso na atividade global.

Petróleo e gás: A Rússia é o principal exportador e segundo maior produtor de gás natural do mundo. É ainda o segundo maior exportador e terceiro maior produtor de petróleo global, respondendo por cerca de 12% da oferta global.

Assim, um abalo nas cadeias de produção e de financiamento no país repercutem diretamente na oferta dessas commodities em todo o mundo, destacam economistas.

Fertilizantes e adubo: A Rússia está entre os maiores produtores de fertilizantes e adubo do mundo, sendo importante fornecedor de Amônia, Rocha Fosfática e Cloreto de Potássio. O Brasil é um dos principais clientes. A interrupção ou redução na oferta desses itens na cadeia global de comércio afeta os custos dos produtores de alimentos e, por tabela, gera inflação.

Trigo: Se somadas as produções e vendas nos mercados internacionais, Rússia e Ucrânia respondem por quase 30% das exportações mundiais de trigo. Uma redução ou mesmo interrupção da oferta dessa parcela da commodity tem impacto direto sobre diversas cadeias de alimentos.

Na indústria alimentícia, por exemplo, afeta o suprimento dos fabricantes de massas. E, na criação de porcos e aves, a escassez desse insumo eleva os custos dos criadores, afetando o preço final ao consumidor.

Brasil sofre impactos diretos e indiretos



Inflação: A inflação representa o impacto indireto mais preocupante que a economia brasileira pode sofrer devido às sanções econômicas impostas à Rússia, destacam economistas.

Combustíveis e alimentos são dois dos itens que mais pressionaram a inflação ano passado e, já este ano, seguem elevando os índices de preços.

A cotação mais alta do barril do petróleo acelera os preços dos combustíveis, enquanto trigo e fertilizantes valorizados impulsionam os custos dos alimentos por aqui.

Exportações: Na pauta de exportação brasileira para a economia russa, os destaques são grãos e carnes, casos da soja, aves, café não torrado, açúcar, amendoins ou cortes bovinos.

Uma redução das compras da Rússia desses produtos reduziria as exportações e, portanto, a entrada de dólares aqui no país. Por outro lado, o fechamento do mercado russo pode levar os produtores brasileiros a escoarem esses itens no mercado local. Nesse caso, os preços da cesta de compras do brasileiro poderiam ceder um pouco.

Bolsa e dólar: Outro tipo de impacto indireto que a economia brasileira sofre das sanções econômicas impostas pelo Ocidente à Rússia está nos preços dos ativos.

Segundo profissionais de mercado, as sanções ampliam as incertezas que já existem entre empresas e investidores sobre o desenrolar desse conflito e os impactos na economia global. E quando há dúvidas nos mercados, tradicionalmente, as moedas fortes, como dólar, os metais valiosos, como ouro, e mesmo ativos de renda fixa de governos de países mais desenvolvidos, como os títulos do tesouro americano, passam a ser mais procurados pelos investidores globais.

Na ponta contrária, as moedas, as ações e outros ativos de países de economias emergentes, como é a brasileira, passam por ondas de vendas.

Como será o futuro?



Infelizmente ainda é cedo para dizer o que deverá acontecer nos próximos dias. Devemos aguardar para entender a extensão desse conflito e as reações dos aliados da Ucrânia.

Fonte: JusBrasil

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