MP/SP pede condenação de jornalista perseguido por Carla Zambelli

O MP/SP - Ministério Público de São Paulo pediu a condenação do jornalista Luan Araújo pelos crimes de injúria e difamação pelas supostas ofensas que teria dito à deputada federal Carla Zambelli.

O parecer foi enviado pelo promotor Roberto Bacal em uma ação movida pela parlamentar sobre um texto escrito pelo jornalista após Zambelli perseguir Luan por uma discussão ocorrida às vésperas do segundo turno da eleição presidencial.

A coluna em questão foi publicada no portal Diário do Centro do Mundo. Luan Araújo comentou sobre a confusão com a deputada e afirma que ela mantém uma "seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades".

Ainda no texto, o jornalista afirma que Carla Zambelli é parte de uma "extrema-direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte". O texto foi removido por ordem judicial, até a conclusão do processo.

No parecer, o promotor afirma que o MP/SP mudou seu posicionamento diante da nova prova produzida. Bacal ressalta que "desde o início do desentendimento, houve uma ofensa gratuita e dolosa contra a deputada", por parte do jornalista.

Segundo o promotor, após a primeira agressão, Luan teria atacado novamente a parlamentar em um "texto calcado pelo ideal retaliatório e ofensivo, diante de uma situação particularmente vivenciada, não se podendo admitir que o réu estivesse nessas condições, sob o manto da imunidade jornalística para ofender a vítima de modo desmedido".

Além disso, Bacal afirma que houve um excesso de linguagem na matéria jornalística, pois "trata-se de acusações que, em tese, ferem a honra subjetiva e objetiva da querelante e, portanto, neste momento processual, ultrapassam os limites da narração crítica acerca de um desentendimento ocorrido entre as partes".

À Justiça, Luan Araújo se defendeu alegando que não cometeu crime algum com a publicação do artigo e que apenas exerceu seu trabalho profissional, amparado pela liberdade de expressão.

O processo ainda não foi julgado.

Relembre o caso

No dia 29 de outubro de 2022, a deputada Federal Carla Zambelli, apoiadora de Bolsonaro, sacou uma arma e correu atrás de um homem em São Paulo. O caso aconteceu no bairro Jardins, após uma discussão em um restaurante.

Em vídeo, é possível ver pessoas correndo e a deputada com a arma em punho, aos gritos, ordenando que o homem negro deitasse no chão. A situação escalou quando o policial militar que acompanhava a deputada disparou sua arma. A perícia posteriormente avaliou que o tiro foi acidental.

A deputada defendeu suas ações alegando que estava agindo em "defesa da honra" e afirmou ter sido empurrada pelo homem, uma alegação contradita por vídeos gravados por pessoas que presenciaram e registraram o evento.

Fonte: www.migalhas.com.br


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